MEU AMIGO
(Márcio Vinicius J. de Lima)
Meu amigo às vezes era complicado
Complicado como as coisas da vida
Mas nunca deixei de gostar de seu jeito
Jeito esse de pessoa sincera
Meu amigo era entusiasta
Gostava do mar e da terra
Era marinheiro, tantas vezes de primeira viagem
E sua última viagem me fez chorar
Escrevo lembrando das jornadas
Jornadas que nem sempre participava
Mas gostava de ouvir e rir o que lhe era contado
Era um sorriso só, sorriso de Ubiraci
Fazia um tempo que não via meu amigo
Mas o verdadeiro amigo não necessita sempre ser visto
Como já disse o poeta
Estava guardado em sete chaves
Questões, questões suscitava
Sempre indagava a respeito da vida
Talvez seus conhecimentos físicos e marítimos
Não lhe dessem explicações sobre a existência humana
Meu amigo era diferente
Mas que de repente curtia a vida
Saia em duas rodas na sua motoca
Para ver o mundo
Um dia uma notícia
A mais infeliz que podia ser
Simplesmente ele nos deixou
Para ser parte deste universo de Deus
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